La memoria y algunos principios para aprender

17/09/2020 13:38

Andrés Leonardo Salas Garcés,
Bolsista PET-Letras
Letras – Libras

Más que hablar sobre cómo aprender un arte, una actividad, un idioma etc. Hablaré de cómo reconocer los problemas expuestos en determinadas actividades para comenzar a resolverlos, es básicamente lo que un profesor o tutor hace cuando te enseña cualquier actividad, ella o él por lo general sabe cuáles son las dificultades más comunes que las personas tienen a la hora de aprender dicha actividad, así reforzarlas, de esa forma el aprendizaje es más eficaz, ahorrando tiempo y esfuerzo.

Claro, me imagino que le ha pasado en el momento que decide aprender por cuenta propia una actividad determinada, lo más común es que se equivoque una infinidad de veces hasta que de tantos intentos fallidos resulte algo que esperaba, (si es que es persistente y no se rinde antes) a ese ritmo se da cuenta poco a poco de camino que debe de tomar y qué habilidades mejorar para practicar efectivamente.

Fonte: Imagem da internet

Conocer los contextos

Elementos relacionados en un ecosistema bajo una regla concreta. Conocer dichos elementos te da la oportunidad de relacionarlos entre ellos para llegar a conclusiones y crear estrategias para mejorar tu desempeño en esta nueva área. Si en lugar de memorizar la información entiendes sus fundamentos, comenzarás a moverte de manera intuitiva; algo que explica con más profundidad la psicología del aprendizaje, pero para hacer un resumen muy corto , nuestro cerebro almacena información dependiendo de qué aprendemos. Existen varios tipos de memoria a largo plazo en nuestro cerebro, pero esta vez hablaremos de dos:

La memoria semántica, que es la responsable de que entendamos que, un aviso de franjas amarillas con negro y letras blancas en el medio signifique que no debemos pasar y que es peligroso. De la misma forma cuando encontramos en un papel la palabra “gato”, su mente instantáneamente sabe que hablamos de un animal felino de porte pequeño, peludo y de cuatro patas. El aprendizaje semántico se construye prestando atención consciente a la información y conectándola para inferir un significado, un octógono + color rojo + S + T + O + P, significa que debemos parar, esto no tendría sentido si no conocemos previamente alguno de estos elementos. El conocimiento es axiomático, quiere decir que se construye de forma ramificada, relacionada con conceptos más básicos.

La memoria procedimental: esta es la responsable de que sepamos cómo caminar en dos piernas sin temor a caernos, montar bicicleta, nadar, escribir en la pantalla del celular o computador sin prestar atención detenidamente en cada letra que pulsamos, tocar un instrumento, hablar, etc. Procedimientos tanto físicos como cognitivos, estos se construyen a través de la repetición y fijación de acciones. Enviar una señal al glúteo para hacer que este se contraiga y nos empuje hacia adelante, al mismo tiempo hacemos que se levante el muslo hacia adelante para recibir el peso del cuerpo, mientras mantenemos el equilibrio para no caernos, estas son realmente muchas acciones al mismo tiempo para poder caminar. Después de tantos años practicándolo, de saber no solo cómo movernos, sino en qué momento y dónde colocar el pie, para llegar al punto de no ser conscientes de todos estos procedimientos, es porque lo hemos automatizado, lo hemos empaquetado en un conjunto de acciones y así poder utilizar nuestros escasos recursos mentales en otro tipo de actividad como caminar mientras escribimos un mensaje o hablamos por teléfono.

Lo importante de explicar estos dos tipos de memoria es que, si entendemos su proceso, podemos facilitarle el camino a la información que quieres asimilar. Por lo tanto, todo lo que tenga que ver con significado, se aprende más fácil poniéndolo en práctica y esencialmente conectándolo con algo que ya sabes. Por otro lado, la memoria procedimental se puede acelerar aislando partes de ese sistema en un entorno sin riesgo donde podrás repetir las acciones tantas veces sea necesario, hasta conseguir lo que se conoce como “memoria muscular”, en otras palabras, automatizar los procesos para hacerlos sin tener que pensar en ello para que de esa forma puedas usar tus recursos en un sistema más complejo.

Existe otro tipo de memoria y es la memoria de trabajo, esta es pequeña y se sobrecarga muy fácil. Lo importante de automatizar estos procedimientos es que podamos realizarlos de forma casi instintiva para que no ocupe espacio en la memoria de trabajo. Por ejemplo, cuando una persona que está aprendiendo a tocar un instrumento, practica repetidas veces las posiciones de sus dedos para reproducir ciertos tipos de notas, hasta el punto de que simplemente piense en el tipo de sonido que quiere reproducir y sus dedos se acomodarán de manera instintiva, muchas personas pensarán que se necesitan hacer muchas cosas al mismo tiempo para tocar una canción y cantar al mismo tiempo, pero no es así, no de manera consciente.

Fuente: Nekodificador

Foto Descrição: Sinal de transito de PARE, onde esta esta escrito em inglês “IN THE NAAAME OF LOVE”, em nome do amor em português, atrás do sinal tem um prédio na frente de um gramado e uma rua.

Tags: comunicaPET

Quais são as suas referências lésbicas?

09/09/2020 11:00

Sarah de Carvalho Ortega,
Bolsista PET-Letras
Letras – Espanhol

É hora de olhar para o mês que acabamos de concluir e fazer uma pergunta: Você sabia que o mês de agosto é conhecido como mês da “Visibilidade Lésbica”? Ou melhor, você está por dentro do fatídico 19 de Agosto de 1983?

Conhecido como o “Stonewall brasileiro”, o dia 19/08/1983 foi e é memória de muitas lésbicas brasileiras, graças às integrantes do GALF — Grupo de Ação Lésbica-Feminista —  que protestavam por sua proibida entrada no chamado “Ferro’s Bar” após a venda de sua revista lésbica em plena ditadura militar.

Contudo, alto lá caros leitores! O mês de agosto já passou, mas é importante que em todos os meses nos lembremos de mulheres lésbicas que têm se dedicado à luta contra a “lesbofobia”. Portanto, ainda que importante, o objetivo do texto não é focar em um relato histórico e, sim, homenagear e visibilizar mulheres lésbicas, com quatro ótimas recomendações de produtoras de conteúdos focados na vivência lésbica.

A primeira recomendação vai para a página “Lésbicas na história”. Para aqueles que possuem o interesse de (re)conhecer a história da lesbianidade, não só do Brasil, mas de muitos outros países, você estará na página certa e terá acesso a informações imprescindíveis para a existência e resistência lésbica.

Fonte: Print Screen – Imagem de arquivo pessoal*

Em segundo, recomendo a maravilhosa página de Luciene Santos, que oferece reflexões sobre a popularização do veganismo acessível e antirracista. Com receitas fantásticas e deliciosas, fará, com toda certeza, que você esteja mais consciente do que está disposto ou não a pôr em seu prato.

Fonte: Print Screen – Imagem de arquivo pessoal**

A terceira recomendação é Angélica Glória que, além de psicóloga e escritora — autora do livro Fisgadas —, possui um canal no YouTube em que fala sobre literatura e cultura lésbica de maneira leve e divertida.

Fonte: Print Screen – Imagem de arquivo pessoal ***

E, por último, mas igualmente importante, finalizo a recomendação com a página de Sophia que promove por meio de lindos designs, ilustrações e textos profundos com reflexões sobre a vivência lésbica contemporânea.

Fonte: Print Screen – Imagem de arquivo pessoal ****

Agosto já terminou, mas não a nossa luta em prol de uma sociedade mais humana e justa. Portanto, para conhecer mais sobre mulheres lésbicas e suas reivindicações, não deixe de segui-las e compartilhar conteúdo que nos leve a refletir sobre a temática.

Foto descrição: O texto apresenta quatro imagens que são prints de fotos do Instagram no modo de seleção: Superiormente um quadrado branco com a logo da página, na parte inferior os ícones de coração para dar like, balão de comentários, aviãozinho de papel para compartilhar e três pontos para maiores informações e ao fundo em fosco as fotos do perfil.

* A primeira foto tem fundo roxo e um desenho de círculo rosa, dentro dele há uma foto com fundo fosco e em foco uma mão de cor negra segurando um livro aberto ao meio. Em cima das páginas abertas está escrito em destaque: “Lendo mulheres lésbicas com lésbicas na história.”

** A segunda imagem é uma mulher sentada em uma cadeira de pernas abertas. Ela é uma mulher negra, olha para cima e veste uma bandana vermelha que cobre parte de sua testa e seu cabelo preto. Usa óculos de lentes vermelhas, está com blusa azul clara de botão e uma bermuda preta. Na altura de seus ombros leva os dizeres em branco: “Dia da visibilidade lésbica”; e, abaixo: “Por que SAPAvegana?”

*** A terceira foto tem fundo cor de goiaba e a frase de cor azul repetida quatro vezes em menores tamanhos: “Filmes lésbicos”. Na parte inferior, está escrito em letras menores “psiangelicagloria”.

**** A quarta imagem também de fundo goiaba leva um desenho ao centro de uma mulher branca, cabelo curto e liso, usa óculos redondos e brincos de bolinha azul, sua boca está pintada do mesmo azul de seus brincos. Veste um suéter azul e uma camisa branca de gola por cima. Escrito no canto esquerdo em dizeres brancos e azuis: “O que é uma lésbica?”. E no canto inferior direito em dizeres de cor branca: “Descanse no poder Sarah Hegazi”.

 

Tags: comunicaPET

“Inspiration porn” e o que você tem a ver com isso.

02/09/2020 15:05

Ana Maria Santiago,
Bolsista de Acessibilidade – PET-Letras
Letras – Português

Inspiration porn, ou pornô de inspiração em português, é um conceito informal cunhado pela australiana Stella Young. Pode ser um pouco difícil de explicá-lo, em um primeiro momento, mas com certeza você já o vivenciou de alguma forma. Caso seja uma pessoa com deficiência, esse conceito está ainda mais presente na sua vida. Mesmo que você não o entenda muito bem, certamente já sentiu os seus efeitos. Sei porque eu mesma já senti. E ainda sinto.

Perdi as contas de quantas vezes fui parabenizada por desconhecidos na rua. Pessoas que não sabem absolutamente nada sobre a minha vida constantemente me cumprimentam pela minha suposta força, coragem ou determinação. Sem me conhecer, repito. Acontece mesmo com quem me conhece. “Você é um exemplo de superação”, dizem colegas e professores. Sem eu ter feito nada de especial. Nada além de viver a minha vida. Isso é pornô de inspiração.

Foto do Arquivo Pessoal

Ainda está difícil de entender? Vamos por partes. A deficiência é entendida na sociedade como algo ruim. Assim, quem tem deficiência imediatamente leva uma vida ruim. Nessa lógica, se mesmo assim a pessoa faz coisas cotidianas, ela deve ser admirada porque, afinal, mesmo tendo essa vida péssima e cheia de problemas, ela vai para a faculdade, compra frutas, sai para comer. E, muitas vezes, faz isso tudo sozinha.

E o pornô de inspiração?

Você se inspira com isso. Isso te motiva. Faz você pensar que, se até mesmo aquela pessoa consegue, você também pode conseguir. Além de se ancorar em uma perspectiva meritocrática muito errada, ainda só faz sentido porque você já achava que aquela pessoa não tinha chance de conseguir nada. Quando ela consegue, te surpreende. Então você a parabeniza. Ao vê-la nos diferentes contextos, você pensa que a sua vida não é tão ruim assim. Pensa que deveria reclamar menos, já que tem sorte. Afinal, você poderia ter uma deficiência, não é? Poderia ser aquela pessoa. Aquela dos vídeos com música triste, das reportagens sensacionalistas e mensagens motivacionais. Todavia, e quando você é aquela pessoa? Eu sou. Sou a manifestação do que muitos consideram uma das piores possibilidades de existência. Isso te conforta? Porque me machuca.

O pornô de inspiração chama-se provocativamente “pornô” porque nos objetifica para que as pessoas sem deficiência se sintam melhor. É mais uma estrutura que oprime um grupo para que outro seja beneficiado. Não existo como pessoa, estudante, colega. Só como a sua inspiração. Isso me apaga, apaga minhas conquistas reais, me transforma em um objeto de superação. Os seus elogios capacitistas não me trazem nada de bom. Não é justo nos colocar nesse lugar, nem contribuir com isso. Ter uma deficiência não nos torna excepcionais, ao contrário do que querem que acreditemos. Usar as potencialidades do nosso corpo para viver nossas vidas não é ser um exemplo de superação. É fazer o que você faz todos os dias. Sim, temos bem mais dificuldade que você, mas isso vem muito mais das condições que não temos na sociedade do que de nós. Também lutamos pelo direito a uma vida ordinária. Pense melhor ao ver uma pessoa com deficiência como sua inspiração. Não estou aqui para inspirar você. Depois aproveite e veja o TED da Stela Young, que explica tudo isso bem melhor do que eu.

#fotodescrição: A foto registra o momento em que Ana está pegando onda. Ao fundo vemos o mar azul com uma pequena ilha ao longe, na linha do horizonte, e o céu com algumas nuvens. Em primeiro plano, Ana está sobre uma prancha amarela e branca em meio a espuma das ondas que acabaram de quebrar. Ana está sorrindo, tem as pernas levemente arqueadas e os braços abertos. Ela veste uma Neoprene preta e um biquini colorido. No canto inferior da foto, há uma logo, onde se lê, em letras maiúsculas pretas, ELF e, em letras menores, Everton Lourenço / Fotografia.

Tags: comunicaPET

Mulheres negras para se aplaudir!

24/08/2020 19:03

Nicole da Cruz Rabello,
Bolsista PET-Letras
Letras – Inglês

Dia 25 de julho! Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e CaribenhaÉ com a referência essa data tão importante, e ainda pouco valorizada pela sociedade, que inicio mais um comunicaPET. Hoje, vou apresentar algumas mulheres negras, em todas as suas cores, formas, performances e valores para mostrar que o que define uma pessoa desse gênero não são os seios ou os órgãos sexuais, mas, sim, a identidade do ser mulher.

 Fonte: Site Geledés

Conhece CAROLINA MARIA DE JESUS?

Mulher, negra, pobre, favelada e escritora. Carolina nasceu em Sacramento no dia 14 de março de 1914 e morreu em São Paulo no dia 13 de fevereiro de 1977. Escreveu um diário sobre sua vida humilde de catadora de papéis, que foi publicado com o título “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada” em 1960, sua obra foi traduzida para mais de 10 línguas. Carolina é considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras.

Sabe quem é BIA FERREIRA?

Mulher, negra, lésbica e musicista. Bia começou cedo na área da música, seus pais frequentavam a igreja evangélica, estimulando-a a tocar instrumentos. Posteriormente, Bia começa a divulgar seus trabalhos autorais, sendo o seu maior sucesso a música “Cota Não É Esmola” que a lançou no meio artístico e a fez alcançar o almejado reconhecimento. Hoje em dia, Bia já tem um álbum lançado de nome “Igreja Lesbiteriana, Um Chamado”.

Já ouviu falar de MEGG RAYARA?

Mulher, negra, travesti e doutora. Megg teve uma vida difícil, porém nunca desistiu. Ela foi a primeira travesti negra a receber o título de doutora no Brasil. Sua Tese: “O diabo em forma de gente: (r)existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação” é um estudo sobre si mesma e a percepção que a sociedade tem sobre o corpo negro e travesti e como isso é demonizado e tido como não-natural. Megg Rayara é resistência, não só na sociedade, mas, também, na academia.

Já encontrou com a ALDELICE?

Mulher, negra, professora de dança afro e costureira. Aldelice trabalha na região da grande Florianópolis dando aulas de dança afro e divulgando seu trabalho como estilista de moda afro. Ela também é conhecida pelo apelido “pretinha” e é fortemente engajada no movimento social.

Já acessou o PAPO DE PRETA?

Duas mulheres negras e jornalistas incríveis, se juntaram para conversar e desabafar sobre suas vivências quanto mulheres negras e suas percepções sobre assunto polêmicos relacionados ao racismo, ao empoderamento feminino, à negritude etc. Elas criaram um canal no YouTube para divulgar as suas ideias e deu muito certo, hoje elas têm mais de 159 mil inscritos e fazem palestras pelo Brasil.

Já ouviu XÊNIA FRANÇA?

Mulher negra e cantora. Xênia é baiana e começou a sua vida profissional como modelo, até que começou a cantar em bares. Depois de um tempo entrou para uma banda como cantora até que o Emicida a convidou para participar de um projeto seu chamado “Sua Mina Ouve Meu Rap Também”. Em 2017, ela lançou seu primeiro álbum solo sendo indicada ao Grammy Latino de 2018 e, também, ao Woman Music Award de 2018. Xênia foi a primeira artista negra brasileira a se apresentar no famoso canal do YouTube “COLORS”.

Conhece NDEYE FATOU?

Mulher, negra e estudante. Fatou é descendente de imigrantes senegaleses e ficou conhecida, infelizmente, após sofrer atos de racismo pelos seus colegas estudantes em uma escola particular no Rio de Janeiro. Fatou não se calou e foi até a uma rede de jornal local denunciar as agressões feitos por essas pessoas. Com o sucesso e a popularidade, hoje, cria conteúdos antirracistas além de ter um quadro em seu Instagram chamado “Quintas com Fatou” onde convida personalidades e pessoas negras famosas para conversar e discutir sobre questões raciais, racismo e negritude. Fatou recentemente saiu na capa da revista “Veja Rio” juntamente com outras mulheres negras influentes na sociedade brasileira.

Já segue a PRETA ILUSTRE?

Mulher, preta e ilustradora. Pamella faz quadrinhos no Instagram satirizando e problematizando atitudes e ações “normalizadas” por pessoas brancas de maneira leve e didática. Hoje, ela tem mais de 4 mil seguidores em seu perfil.

Sabe quem é YANNA PORCINO?

Mulher, negra e surda. Yanna tem um perfil no Instagram chamado “meussinaisexpressam”. Atualmente, o perfil dela tem mais de 2 mil seguidores e ela produz conteúdos com temáticas gerais como: aceitação do corpo, sororidade, racismo e surdez.

Espero que tenha gostado de conhecer essas mulheres negras maravilhosas.

Até a próxima!

#fotodescrição: imagem de fundo bege, à esquerda em laranja os dizeres “Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.” E à direita em laranja uma imagem que remete a respingos de aquarela e sobre esta imagem rostos de mulheres negras.

 

Tags: comunicaPET

Audre Lorde e a importância da identidade

17/08/2020 15:47

Luciana dos Santos,
Bolsista PET-Letras
Letras – Inglês

Em seu livro “Irmã Outsider”, temos acesso a diversos ensaios e conferências de Audre Lorde, autora negra, lésbica, feminista, filha de imigrantes, educadora, e que durante sua vida também foi mãe de duas crianças e enfrentou o câncer. Os textos de Lorde demonstram o quanto essas identidades foram de suma importância para sua visão de mundo e para sua missão de vida e lembram que o pessoal é, também, político.

Fonte: Arquivo pessoal*

Além de ensaísta e ativista pelos direitos humanos, Lorde escrevia poesia, onde retratava sua vivência de mulher negra, diante de uma sociedade machista e racista, e um feminismo branco apático diante de suas questões. Audre Lorde colocou o feminismo negro em pauta e desafiou as estruturas que oprimiam ela e outras mulheres que compartilhavam suas identidades.

Como indicação, deixo aqui os textos encontrados no livro Irmã Outsider (em inglês, Sister Outsider):

“A Poesia não é um luxo”, onde a autora traz a importância da poesia enquanto instrumento para dar vazão a sentimentos com ideias que desafiam a diferenciação feita pela sociedade patriarcal racionalista: “Os patriarcas brancos nos disseram: ‘Penso, logo existo’. A mãe negra dentro de cada uma de nós – a poeta – sussurra em nossos sonhos: ‘Sinto, logo posso ser livre’.”(p. 46) A poesia é, portanto, uma ferramenta revolucionária de luta pela libertação.

“Idade, raça, classe e sexo: As mulheres redefinem a diferença”, texto em que a autora discute a diferenciação dos indivíduos e sua segregação entre grupos marginalizados e não marginalizados. De acordo com Lorde, não são nossas diferenças que nos separam, mas a relutância que temos em reconhecer que temos essas diferenças e em aprendermos a lidar com elas de forma mais efetiva. Há, portanto, a necessidade de trabalharmos com nossas identidades e de nos impormos em uma luta conjunta com os que são diferentes de nós.

Por fim, em “Os usos da raiva: As mulheres reagem ao racismo”, Audre Lorde aborda a relevância da raiva na luta contra o racismo. As mulheres negras foram muito discriminadas, principalmente nos movimentos feministas, ao expressarem sua reação ao racismo e ao colocarem suas questões em pauta, acusadas de fazerem uso demasiado da raiva. Para a autora, “não é a raiva de outras mulheres que vai nos destruir, mas nossa recusa em ficarmos quietas para ouvir seus ritmos, em aprender com ela, em irmos além da aparência e em direção à essência, em manipular a raiva como uma fonte importante de empoderamento” (p. 164).

Atualmente, quando a importância do uso de “rótulos”, para afirmarmos nosso lugar no mundo, conquistar e fazer valer direitos, é muitas vezes questionada, as palavras de Lorde reafirmam a necessidade de usar a identidade para ser ouvida a voz de quem a possui, aprendendo todos a encarar as diferenças sociais que nos foram impostas, mas que fazem parte de quem somos, para a usarmos em prol de nosso bem e, também, cabendo a nós elaborar o exercício de escuta quando necessário e, assim, evoluir.

Fonte: Poetry Foundation**

Audre Lorde é uma das autoras que serão discutidas em um grupo de estudos do PET Letras UFSC sobre autoras feministas que começará em breve. Acompanhe as nossas redes sociais para saber mais.

* Descrição 01: Imagem com fundo azul anil texturizado. No meio, um e-reader Kindle com a imagem em preto e branco da capa do livro “Irmã Outsider”. O título e o nome da autora Audre Lorde estão no meio alinhados para esquerda em branco. A imagem de fundo da capa é uma foto de Audre Lorde, ela veste uma camisa e tem um black power curto. Ao redor do kindle, há vários pedaços de papel branco. No topo, à esquerda, há um pedaço de papel escrito “Feminista” em verde com um percevejo dourado furando o papel, à direita, um pedaço de papel com o dizer “Lésbica” em azul, e um clip de papel em uma ponta. No meio à esquerda, um papel dizendo “Educadora” em azul e uma fita adesiva colada no topo, à direita, um papel dizendo “Negra” em vermelho com um clipe de metal preto. Abaixo, à esquerda, um papel escrito “Filha de imigrantes” em vermelho com três grampos pregados, e à direita, um papel escrito “Mãe” em verde com dois pedaços de fita crepe colados no papel.

** Descrição 02: Na foto em preto e branco, Audre Lorde está de pé à esquerda, usando uma camisa branca aberta sobre uma blusa de bolinhas pequenas, e uma calça preta. Ela tem pulseiras nos pulsos, um anel no indicador da mão esquerda, e segura um óculos com as duas mãos. Ela está com os as sobrancelhas levantadas e tem a pele negra e um black power médio. À direta na foto há um quadro negro com os dizeres “Women are powerful and dangerous” (em português, Mulheres são poderosas e perigosas).

Tags: comunicaPET

Gratidão aos Amigos de Quatro Patas

10/08/2020 17:54

Juliana Maggio,
Bolsista PET-Letras
Letras – Português

Especialmente, nos últimos meses, os animais domésticos passaram a ser ainda mais notados em nossas vidas. Certamente, você já deve ter ouvido que eles são os melhores amigos do Homem, talvez pelo fato de estarem ali para dar amor e atenção sem exigir nada em troca. É certo que eles diminuem os níveis de estresse e ansiedade, além de diminuírem os quadros de depressão e solidão e, até mesmo, serem ótimos “antialérgicos” para crianças pequenas, as quais criam anticorpos mediante o contato.

Não só de encantos e amores vive a relação homem-animal, nos últimos anos a área da Saúde veio estudando e adotando medidas terapêuticas como a Terapia Assistida por Animais, a chamada TAA. Essa terapia consiste na união saudável do animal ao ser humano, normalmente são pessoas com depressão, esquizofrenia, mal de Alzheimer, paralisia cerebral, síndrome de down, entre outros. Vale ressaltar que a TAA não substitui nenhum outro tratamento ou terapia tradicional. Além disso, ela deve ser acompanhada por uma equipe especializada e o animal estar devidamente preparado para a função terapêutica, ser dócil e obedecer a instruções.

A TAA é benéfica tanto para os humanos quanto para os animais. Para as pessoas, elas recobram e desenvolvem autoestima, sensação de confiança e responsabilidade, equilíbrio etc. Já para os animais, eles nos ajudam e em troca recebem carinho, atenção e dedicação, tanto por parte dos pacientes quanto da equipe.

Fonte: Azuka – Arquivo Pessoal de Juliana Maggio*

Não há uma espécie animal mais eficiente que outra para desempenhar a terapia, podemos ver cachorros, gatos, cavalos, galinhas e tantos outros animais. Basta necessariamente a pessoa gostar de animais e não possuir nenhum quadro alérgico. A equoterapia é um exemplo de terapia assistida por cavalos que é essencial para promover o equilíbrio, aumentar a concentração, contribuir com a força/tônus muscular e promover o respeito, tanto para com o animal quanto para com outras pessoas.

Pensar em nossas vidas sem esses amigos de quatro patas tem se tornado quase impossível. Como visto, eles estão cada vez mais presentes nos meios sociais. Por esta razão, muitas empresas como o Google, adotaram a visita de animais de seus funcionários em suas dependências, visando uma maior qualidade e desempenho no trabalho. Igualmente, alguns shoppings, hotéis e restaurantes passaram a permitir o acesso desses companheiros e, comumente, oferecem sacolas e álcool gel para higiene. Conhecemos essas medidas com o nome de Pet Friendly.

Ademais, estão ocorrendo diversas campanhas de adoção de animais. Em Florianópolis, por exemplo, você pode acessar sites de adoção e encontrar um novo amigo. O site Procure 1 Amigo é exemplo disso, bem como o Super Viralata que também oferece essa oportunidade, além de você poder ajudar com doações financeiras e de tempo, atuando de forma voluntária na ONG.

Como é sempre bom reforçar, a presença de um amigo de quatro patas é de suma importância. O carinho que permeia a relação pode ser poderoso e valioso, ajudando a saúde mental e a física. Se você tem um amigo desses, pode perceber o poder que eles exercem sobre nós, e se não tem, adote e descubra!

* FotoDescrição: A foto mostra o cão Azuka deitado no chão com uma bola de vôlei entre as patas da frente. Ele parece sorrir mostrando os dentes de baixo, sua cabeça levemente inclinada para cima, enquanto brinca com a bola. Azuka possui pelos brancos e macios, orelhas triangulares em pé, focinho marrom, olhos triangulares e pretos. A bola de vôlei possui as cores em tiras amarelas, brancas e azuis. De fundo vemos um chão amadeirado.

Tags: comunicaPET

Talvez começar a meditar seja realmente o que você precisa

04/08/2020 16:40

Ananda Henn,
Bolsista PET-Letras
Letras – Português

Nesse período de quarentena, tenho passado por um fenômeno estranho: por mais que eu tenha mais tempo livre do que o de costume, o que implicaria, normalmente, em mais tempo para ficar “à toa”, me vejo incapaz de passar um instante sequer sem estar fazendo alguma coisa. Como o de muitas pessoas, meu cérebro parece estar sendo interminavelmente estimulado por milhares de informações vindas de todos os cantos — tanto das notícias do “mundo lá fora” que afetam como nunca a minha vida imediata, quanto das coisas que eu faço para ocupar esse tempo e não pirar — e, juntando a isso uma boa dose de incerteza, angústia e impotência que o coronavírus trouxe às nossas vidas, muitas vezes, é difícil se desligar de tudo isso e, finalmente, relaxar, mesmo que por alguns minutos.

Se bem que, na minha experiência, verdadeiramente relaxar já era algo difícil antes mesmo da pandemia engolir as nossas vidas, com as milhares de notificações exigindo nossa atenção constante, infinitas telas que observamos quase 24 horas por dia e todos lugares para ir, coisas para fazer, pessoas para conhecer. Provavelmente, a maioria de nós só estava ocupada demais vivendo sua vida para notar a ansiedade latente que morava em si. Isso e o fato de que podíamos sair de casa.

Há alguns anos — provavelmente durante alguma férias de verão — eu topei com um minidocumentário no Youtube que me apresentou ao conceito de mindfulness (comumente traduzido como “atenção plena”). Não sei exatamente o porquê de eu ter começado a assistir aquilo, mas foi descobrindo a prática de mindfulness que tive a revelação de que estava vivendo a minha vida bem, “mindful-less”: ansiosa, preocupada e pensando em mil coisas ao mesmo tempo, inconscientemente fazendo as coisas por fazer, sem reservar um tempo para parar, respirar e estar presente. Eu nem sabia que “presente” era uma coisa que eu deveria querer estar. No vídeo, entre as recomendações de como passar a levar uma vida mais mindful (atenta), uma se destacava: a meditação.

Fonte: Imagem retirada da internet.*

Sendo sincera, até assistir aquilo eu era 100% o tipo de pessoa que se alguém chegasse em mim falando alguma variação de “por que você não tenta meditar?”, iria mentalmente revirar os olhos e pensar “uhum, tá” e imediatamente descartar a ideia. Eu achava que meditação era para monges budistas ou outros praticantes de filosofias orientais, para o povo que realmente se enquadra na categoria “zen” de forma não irônica, mas algo sem nenhum sentido para gente comum. Bem, no fim, acho que na verdade eu não tinha a mínima ideia do que era meditação. Obrigada ao Youtube e à ociosidade do verão pelas lições que eu nunca pensei precisar.

Eu mesma não estou aqui para te ensinar o que é meditação e como ela é, mas, sim, que é pra gente comum como você. O Youtube e a ociosidade da quarentena estão aí pra isso. Mas eu te garanto que não há melhor momento para começar a meditar do que agora, e que ela tem o potencial de te ajudar ou, no mínimo, te proporcionar uns 10 minutos de paz por dia. Meu encontro com a meditação se dá geralmente antes de dormir (embora o meu preferido seja cedo de manhã) — há anos tenho muita dificuldade de desligar minha mente e pegar no sono, não importa o quão cansada eu esteja, e meditar pra mim é um contar carneirinhos mais agradável e bem-sucedido —, mas ela vai te receber de braços abertos em qualquer momento do dia, seja logo depois de acordar, no meio da tarde ou no começo da noite.

Tipicamente, nós vivemos nossas vidas e 50% da nossa mente está distraída — então estamos andando pela rua mas pensando sobre a coisa que acabou de acontecer ali ao lado; nós estamos dirigindo nossos carros e não estamos focados na estrada, mas pensando sobre aonde estamos indo. Então precisamos de um exercício em que deixemos os afazeres da vida cotidiana e realmente aprendamos e pratiquemos esse processo de estar mais atento, mais consciente, e é isso que a meditação é. (Andy Puddicombe, criador do aplicativo Headspace, no vídeo já mencionado. Tradução minha).

“Ok então, como eu começo?”, você pode estar se perguntando. É exatamente pra isso que eu estou aqui! Meu primeiro contato com a meditação foi através do aplicativo recomendado no vídeo, pelo qual me apaixonei instantaneamente: Headspace. Ele é um app de meditação guiada, ou seja, você coloca o seu fone de ouvido, senta num lugar confortável e ouve as instruções (dadas em uma voz branda e amigável) do que fazer, como respirar, no que pensar ou não pensar e, enfim, meditar. Depois de alguns dias a voz macia do homem britânico que guiava as meditações já era pra mim como uma amiga benevolente dando conselhos por Whatsapp às 3 da manhã — só ao ouvir o primeiro “Hi” já me sentia amparada e pronta pra dar conta da minha vida.

Se você não quer conhecer meu amigo britânico e treinar seu inglês enquanto medita, sem problemas, o aplicativo já está disponível em português. Para garantir a qualidade da minha recomendação fui testar a voz da narração brasileira e ela pareceu ser igualmente agradável. O curso básico é gratuito e há a opção de pagar uma assinatura que garante outras minimeditações, exercícios para atenção e cursos de meditação para todo tipo de situação, de controle do estresse a ajuda para dormir. Esses minutinhos por dia têm me ajudado a parar e respirar no meio do caos, e talvez possam ajudar você, também, a não surtar (ou surtar menos) na quarentena — afinal, “por que você não tenta meditar?” provavelmente não vai ser a ideia mais maluca a passar pela sua cabeça esse ano.

*Fotodescrição: Fotografia de um homem meditando. Ele se encontra sentado em um sofá cinza com as pernas cruzadas de forma que o pé esquerdo encosta em sua coxa direita e a perna direita está na frente da perna esquerda, com as mãos encostando nos joelhos. Tem pele negra, cabelo dreadlock castanho na altura do pescoço e barba curta, e veste calça jeans preta, camisa polo de mangas longas xadrez rosa, verde, azul e preto, abotoada até a gola, e meias brancas. Ele está de olhos fechados utilizando um fone de ouvido branco conectado a um celular que repousa ao seu lado no sofá. Ao fundo, atrás do sofá, se observa outras outros móveis e algumas plantas com grandes folhas verdes.

Tags: comunicaPET

Eu espero que você esteja bem

28/07/2020 10:38

Camila Vicentini Camargo,
Bolsista do PET-Letras
Letras – Italiano

Você deve conhecer aquele aviso que os passageiros de um voo recebem em caso de despressurização, de que máscaras cairão automaticamente e que se deve, primeiro, colocar a sua e, depois, ajudar outra pessoa. Bom… é sobre isso que eu quero falar hoje.

Nos tempos atuais, o simples ato de acordar pela manhã já é suficiente para nós percebermos que está tudo muito esquisito — de cabeça para baixo, eu diria. Tem coisas demais acontecendo e nós não damos conta. Não dá tempo de assimilar. O medo vai ganhando espaço, mas a vida continua e nós ficamos assim, imobilizados, esperando que isso passe logo e que tudo volte ao normal. Aliás, impossível dizer se as coisas realmente voltarão a ser como costumavam ser, mas esperemos que, de uma forma ou de outra, tudo seja, ao menos, mais humano.

hu·ma·no
(latim humanus, -a, -um)

adjetivo

  1. Do homem ou a ele relativo.
  2. Que mostra sentimentos de compaixão, benevolência ou solidariedade. = BENÉVOLO, BENFAZEJO, BONDOSO, COMPASSIVO, COMPREENSIVO.

Nesse cenário, existem muitas pessoas precisando de ajuda e nós temos como ajudar, e daqui a pouco eu conto como. Antes, eu queria que você tirasse um tempinho para pensar em você e naquilo que pode lhe ajudar, afinal, não é fácil estar ou querer estar o tempo todo aberto(a) e disponível para o outro e esquecer que nós também precisamos estar bem. Com isso, não quero propor extensas e complexas práticas de reconexão e autoconhecimento, mas apenas oferecer algumas ferramentas que podem ser legais num momento como esse, que pede uma pausa.

Vamos lá.

  • Há um grupo de psicólogas realizando atendimentos gratuitos para pessoas envolvidas com a Covid-19, ou seja, pacientes em isolamento, pacientes com Covid-19, equipe médica e de enfermagem, e familiares de pacientes com Covid-19. Portanto, se você faz parte ou conhece alguém que faça parte desse grupo e que esteja precisando de apoio emocional e/ou psicológico, fica a dica.
  • Sobre fazer uma pausa e tirar um tempo para respirar, recomendo a matéria que a nossa colega Ana Gabriela, daqui do PET-Letras, escreveu ensinando algumas respirações comuns em práticas de yoga, que podem lhe ajudar a, de fato, respirar com mais consciência e, assim, a conseguir encarar tudo com mais calma.
  • Você que está sozinho(a) e, sobretudo, se sente solitário(a), talvez se interesse pela ideia de passar um minuto conectado(a) por vídeo com alguém, sem dizer nem fazer nada, só estar ali, partilhando o tempo com o outro. Você pode fazer videochamadas com pessoas que já conhece, certamente, mas o espaço Human permite tal experiência com pessoas do mundo todo, e saber que do outro lado há outras pessoas sozinhas querendo estar ali com você, pode ajudar a levar o sentimento de solidão para longe. Faça uma tentativa!
  • Organizar os pensamentos e compartilhá-los com alguém é uma tarefa importante que pode servir para que nos sintamos mais leves, não é mesmo? Mas já pensou em escrever algo apenas para você? Qual foi a última vez que você colocou no papel aquilo que sente? No espaço FutureMe, você pode escrever uma carta para o futuro, pode programar o envio de um e-mail para a data que você escolher, para o endereço de e-mail que você quiser, com a diferença de que você não terá mais acesso ao que escreveu até a data programada. Imagine, daqui a uns anos, você lendo suas palavras de anos atrás, numa realidade já diferente da que vivemos hoje. Que tal?
  • Por fim, um pouquinho de arte não faz mal a ninguém, você concorda? E, como estamos em casa, esperando por tempos melhores, uma visita virtual a um museu não parece uma má ideia. Aqui, você encontra mais de 30 museus e exposições brasileiras para se perder navegando pela história e pela tecnologia. Vale a pena conferir!

 

Poesia escrita pelo cantor, compositor e escritor Castello Branco, em seu livro intitulado Simpatia.

Espero que essas dicas possam lhe ajudar de alguma forma. Entendo que as realidades em que nos encontramos podem ser muito diferentes e que cada pessoa vai encontrar o seu jeitinho de passar por isso tudo. Em meio a esse desgoverno, somos nós por nós. Precisamos estar presentes e atentos a nós todos, todas e todes.

Pensando, agora, no que está ao nosso alcance para ajudar os outros, eu gostaria de deixar um arquivo organizados pela artista e produtora Diana Salu, em que você encontrará links para diversos institutos, projetos e campanhas que estão apoiando a população trans e LGBQIA+, população negra, povos indígenas e, também, que estão arrecadando doações para o combate ao coronavírus. Se não puder doar, compartilhe. Juntos podemos fazer muita coisa! E se puder, fique em casa. Tudo vai melhorar.

 

Referências:

“humano”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/humano [consultado em 21-06-2020].

Simpatia, 2016, Castello Branco.

* Descrição da imagem: Na foto, uma página de folha bege claro, com escritos em preto. No canto superior esquerdo, levemente desfocado, temos o número 19 seguido de um ponto. Ao centro, a seguinte poesia: “Juntos, mas sós, cuidamos de nós, para cuidarmos de outros após.”

Tags: comunicaPET

Podcast: o que é, para que serve e como ouvir?

13/07/2020 15:40

Vítor Pluceno Behnck
Bolsista PET-Letras
Letras – Inglês

Você provavelmente já deve ter ouvido falar deles em algum lugar: os podcasts, mídia em ascensão na internet, têm conquistado muitos usuários e produtores de conteúdo. De acordo com o UOL, um levantamento da plataforma Deezer registrou que o consumo nacional de podcasts cresceu 67% só em 2019. Mas afinal, você sabe o que é um podcast?

Sabemos que muitas vezes as tendências que surgem por aí nada mais são do que uma repaginação de algo que já existiu no passado. Com os podcasts a situação não é muito diferente. Um podcast é como um programa de rádio que você pode ouvir em diferentes plataformas de streaming, como Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts, dentre outras.

A maior diferença é que, diferentemente do rádio, o podcast pode ser reproduzido de maneira assíncrona, ou seja: você pode escutar os programas de seu interesse em qualquer lugar e a qualquer momento, desde que você tenha um dispositivo com acesso à internet. Isso permite que você baixe os episódios e ouça-os enquanto lava a louça, limpa a casa ou até mesmo banha os pacotes do mercado com álcool gel.

Fonte: Acervo pessoal (Imagem de livros e revista do petiano Vítor)*

A melhor parte dos podcasts é que você simplesmente encontra todos os tipos de assuntos por lá. Pra quem curte cultura pop e arte, o Take 2 Podcast e VIVIOUVI podem ser uma boa. Quem tem interesse em ouvir mais sobre história e política, Tese Onze e PETcast História (do PET História da Universidade Federal Fluminense) podem te agradar. E pra quem busca algo na área de Letras, eu recomendo o Parafraseando (do PET Letras da Universidade Federal de Pernambuco) e a Rádio Companhia, da editora Companhia das Letras.

Last, but not least, deixo a indicação dos meus podcasts favoritos, que são o Foro de Teresina, podcast de política da Revista Piauí; o Teaching in Critical Times, produzido pelos professores Leonardo da Silva (IFSC) e Priscila Fabiane Farias (UFSC); e obviamente o podcast do PET-Letras UFSC, onde você pode encontrar todas nossas matérias do comunicaPET em formato de áudio. Gosta de podcasts? Tem alguma sugestão de tema para nossos episódios? Entre em contato pelo nosso Instagram @petletras.ufsc ou pelo email petletrasufsc@gmail.com e acompanhe nosso podcast!

*Fotodescrição: Imagem formada por uma composição de três livros e uma revista encostados uns aos outros sobre uma mesa de madeira. A imagem tem um aspecto envelhecido de filme analógico, com um efeito de queima de filme no lado esquerdo. No topo da imagem há o livro “Sapiens: Uma Breve História da humanidade”, de Yuval Noah Harari, que possui uma capa branca com o título centralizado e uma imagem da evolução do gênero Homo; ao lado a revista Dossiê Super Interessante – Freud, que possui um fundo preto e em destaque a face de Sigmund Freud estilizada com um aspecto de pintura. Sobre o olho esquerdo de Freud há uma caixa de texto branca com o título “Freud” e o subtítulo “Para entender de uma vez”. Abaixo, há o livro “Caderno H” de Mário Quintana, que possui um fundo laranja, o título está em preto na parte inferior do livro e o nome do autor na parte superior em branco. Ao lado esquerdo deste livro e embaixo do livro Sapiens, há o livro “Viva a Língua Brasileira” de Sérgio Rodrigues. O livro está virado 90 graus à esquerda, e possui capa com fundo azul. No topo da imagem há o desenho de um homem falando com um megafone, e dele saem várias expressões do português brasileiro. Abaixo, há o título em destaque em letras laranjas, e mais abaixo o nome do autor e da editora Companhia das Letras também em laranja. Acima do livro Sapiens há um potinho de álcool gel, e acima da capa da revista de Freud há dois fones de ouvido, um em cada orelha dele.

Tags: comunicaPET

Ajude as comunidades indígenas a sobreviverem à pandemia!

06/07/2020 19:37

Moara Zambonim,
Bolsista PET-Letras
Letras – Português

“Enterrar o corpo de um Yanomami é arrancá-lo do mundo dos humanos”.

É assim que a reportagem de Eliane Brum, publicada pelo El país Brasil, começa a nos explicar como uma das etnias indígenas mais afetadas pela pandemia de COVID-19 enxerga a morte.  O corpo Yanomami deve ser cremado e meses depois, terá suas cinzas diluídas em um mingau para “que se dissipe no corpo de todos”. A importância desse ritual está na compreensão de que todos compõem uma unidade e, ao se enterrar aquele que se foi, a unidade seria perdida para sempre.

Foi o que aconteceu com três bebês Yanomami, em maio. Infectados pela COVID-19 num hospital em Boa Vista, seus corpos desapareceram e possivelmente enterrados. As mães, desesperadas, buscam reaver seus filhos — e buscam também os culpados.

No 14° episódio do programa de jornalismo humorístico Greg News, o apresentador Gregório Duvivier descreve o descaso governamental que territórios e populações indígenas vêm sofrendo desde muito antes da propagação do vírus, por meio da falta de acesso à cidadania, aos serviços de saúde ou à proteção territorial. A crise de saúde pública atual, segundo o programa, tem sido aproveitada como mais uma ferramenta de fragilização e extermínio desses povos originários. Hoje, dia 06 de julho de 2020, são 11385 casos de COVID-19 confirmados, 426 indígenas mortos pela doença e 122 povos afetados. Os dados são do site “COVID-19 e os povos indígenas”, uma das poucas e mais completas plataformas que tem levantado os números de contaminação e mortes nas comunidades indígenas do país.

Henry Bugalho, filósofo e youtuber, também traz uma reflexão acerca do comportamento do presidente Bolsonaro em relação aos povos indígenas. Segundo o comunicador, Bolsonaro tem um projeto de aculturamento dessas populações, com o objetivo final de apropriação de terras. Em um dos seus vídeos, Bugalho apresenta depoimentos de indígenas sobre a destruição de suas etnias e o que eles esperam de um governo responsável – como uma política de demarcação efetiva de suas terras.

Fonte: Imagem da campanha*

Retomando o vídeo de Duvivier, é importante destacar que ele termina seu vídeo divulgando a campanha de doação “Amazônia contra a COVID-19”, que pretende arrecadar dinheiro para ajudar dez etnias indígenas, mais de 1200 famílias, a não morrerem de fome durante essa pandemia. O objetivo é comprar cestas básicas e produtos de higiene pessoal por seis meses e ajudar famílias indígenas que estão fora das aldeias. Inicialmente, a campanha tinha como meta garantir apoio para três meses, mas o projeto viralizou e muita gente está contribuindo.

Então ajude você também!

Apoie, doe e compartilhe!

* Fotodescrição – Na imagem, vemos a parte de cima de uma casa em primeiro plano e árvores ao redor compondo o cenário, em diversos tons de verde. Ao centro, lê-se em letras brancas estilizadas “AMAZÔNIA CONTRA A COVID-19”, nome da campanha. Ao lado esquerdo, há o desenho de dois ramos folhosos, também em branco, os quais formam um coração. Abaixo da escrita, há uma faixa horizontal branca formada por desenhos indígenas e, embaixo dela, lê-se em letras brancas “AJUDA HUMANITÁRIA AOS POVOS DA FLORESTA”. Ainda mais embaixo, centralizado e em cor branca, lemos “Doe agora e garanta que comunidades indígenas da Amazônia possam enfrentar a Covid-19 e a fome!”

Tags: comunicaPET