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Seleção de professores e professoras voluntários(as/es) para 2023.1 | Português para imigrantes e refugiados
EDITAL CANCELADO
Dada a indisponibilidade de salas aos sábados, o edital foi cancelado. Outro edital será publicado oportunamente.
O PET-Letras torna pública a abertura da seleção de professores e professoras voluntários (as/es) para Português para imigrantes e refugiados.
As inscrições se iniciam em 17 de março.
O edital está disponível AQUI.
HOMOLOGAÇÃO DAS INSCRIÇÕES – 27 DE MARÇO DE 2023
Luciéle Bernardi de Souza
Talita Moura de Almeida Ferreira
Maria Cecilia Pilati de Carvalho Fritsche
Sérgio Pereira GomesDhara Devi Mary
HORÁRIOS DAS ENTREVISTAS
As entrevistas acontecerão on-line, no dia 30 de março de 2023. Os horários são os seguintes:
14h – Luciéle Bernardi de Souza
14h15min – Talita Moura de Almeida Ferreira
14h30min – Maria Cecilia Pilati de Carvalho Fritsche
14h45min – Sérgio Pereira Gomes
15h – Dhara Devi Mary
O link será enviado por email.
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Clube da escrita 2023 | Inscrições abertas

O Clube da Escrita é um conjunto de atividades criado pelo PET Letras, organizado por meio de encontros quinzenais que tem como foco a produção literária e a produção acadêmica. O funcionamento será o seguinte: realização de conversas com especialistas em gêneros literários, seguidas de produção de textos, compartilhamento, debate e publicação.
Todas as atividades acontecerão on-line, no youtube do PET-Letras: https://www.youtube.com/user/PetLetrasUFSC
SEGUNDA TEMPORADA | 2023.1
Clube da escrita literária
Poesia | Professor Doutor Guilherme Contijo Flores (Universidade Federal do Paraná) | 31 março 2023, 9h
Link para inscrição: http://inscricoes.ufsc.br/poesiacontijo
Clube da escrita acadêmica
– Lattes sem sofrimento | parte I – Professor Doutor Atilio Butturi Junior | 30 de março, 9h às 11h
– Resenha | Dra. Nathalia Muller Camozzato | 10 de abril, 9h às 11h
– Projeto de Pesquisa | Doutorandas Bianca Franchini da Silva, Kátia Linhaus e Dandara Monteiro |18 de maio, 18h30min às 20h30min
– Normas ABNT | mestranda Grazi Nack e Doutoranda Kátia Linhaus, 31 de maio, 14h30min às 16
– Artigo | doutoranda Bianca Franchini| 16 de junho, 10h às 11h30min
Inscrições abertas no link: http://inscricoes.ufsc.br/escritaacademica
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Irmão do Jorel: imaginação e história
Por Hanna Boassi
Letras – Português
Bolsista PET-Letras
Irmão do Jorel (2014) é uma série em animação brasileira criada por Juliano Enrico e produzida em parceria pela Cartoon Network e Copa Studio. A série mostra a vida do garoto conhecido apenas como Irmão do Jorel, filho caçula de uma família de acumuladores presa nos anos 80; junto com sua melhor amiga Lara, enfrenta os desafios da vida, tentando sair da sombra de seu irmão celebridade.
É importante ressaltar o fato de que o personagem não tem um nome, sempre sendo relacionado ao seu irmão Jorel; esse desprezo pela sua identidade nos dá a ideia do apagamento da autonomia da criança, de seus problemas e vontades. Outro ponto que chama atenção na produção é que a animação se assemelha a muitas outras produções da Cartoon Network, sempre criando situações de forma mais lúdica. O diferencial de Irmão do Jorel é que os elementos da imaginação do personagem principal, que é uma criança, se misturam com a realidade, nos dando a possibilidade de ver o mundo com uma perspectiva mais infantil e imaginativa.
Dessa perspectiva lúdica, leiamos Vigotski (1982, p. 8): “A imaginação, como base de toda atividade criadora, se manifesta por igual em todos os aspectos da vida cultural, possibilitando a criação artística, científica e técnica.” Segundo Almeida e Souza (2021), a atividade imaginativa se liga com a realidade de diversas formas, como através de elementos tomados da realidade e aqueles extraídos de experiências anteriores, já que a fantasia se constrói a partir de elementos do mundo real.
Sendo assim, as crianças têm maior facilidade de criar o seu mundo particular, mesmo sabendo da existência da realidade. Elas utilizam desse poder imaginativo para poder criar uma melhor forma de lidar com questionamentos e situações que possam ser expostas. No caso do Irmão do Jorel, podemos acompanhar a vida de uma criança excluída do ambiente em que vive, estando sempre à sombra de seus irmãos mais velhos, mas assistimos especialmente Jorel, que na trama é uma celebridade.
Descrição da imagem: o personagem Irmão do Jorel está centralizado na imagem; ele é branco, com cabelos cacheados pretos, e veste uma regata preta, bermuda vermelha e galochas amarelas. Sua expressão facial é de deslumbramento e ele se encontra em meio a árvores. Algo muito presente em Irmão do Jorel são suas referências históricas e como são retratadas para o público infantojuvenil. No segundo episódio da primeira temporada, por exemplo, chamado “Gangorra da Revolução”, o pai do Irmão do Jorel conta-lhe, já no início, como é importante lutar por sua liberdade e como ele fazia isso em sua época de “revolucionário”. O pai do Irmão do Jorel ressalta a importância de uma revolução e de ser um revolucionário para o filho e, de uma forma satírica, ele conta histórias dos seus dias de revolução.
Descrição de imagem: seis policiais representados como palhaços estão enfileirados como uma barreira; atrás dele se observa um tanque de guerra verde, e à frente deles, o pai de Irmão do Jorel, vestido com uma fantasia de urso panda.Mais adiante na narrativa, vemos o Irmão do Jorel lutando contra o autoritarismo de sua diretora junto de seus colegas, que desejam aproveitar mais tempo do recreio. Mas o que chama atenção no episódio são as diversas referências ao período da Ditadura Militar (1964-1985). Na animação, os policiais são retratados como palhaços: eles já haviam implantado uma ditadura repressiva onde os próprios palhaços eram proibidos de se divertir e fazer piadas.
Apesar de ser uma animação voltada para o público infantil, Irmão do Jorel pode ser utilizado para além do entretenimento e também como material de apoio didático, já que faz essa aproximação da história com um conteúdo de fácil entendimento para as crianças, o que faz com que o interesse em entender a história seja maior.
Referências
VIGOTSKY, L. S. A imaginação e arte em infância. Madrid: Akail, 1982.
ALMEIDA, Flávio Aparecido de; SOUSA, Luciano Dias de. O Ensino de História através da representação de identidade brasileira na animação Irmão do Jorel. In: ALMEIDA, Flávio Aparecido de. Ensino de História: histórias, memórias, perspectivas e interfaces – volume 2. São Paulo: Científica Digital, 2021. p. 144-155.
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Que que é? | segunda temporada
Que é que é? é uma série de palestras (on-line e presenciais ) que apresenta temas de interesse das áreas de Linguística e Literatura, num caráter introdutório e didático.
As palestras têm de 45 a 60 minutos e são ministradas por convidadas e convidados especialistas em cada tópico.
A segunda temporada vai de março a junho de 2023. São 4 encontros, sempre no canal do PET no Youtube (https://www.youtube.com/user/PetLetrasUFSC). A participação dá direito à certificado de 8 horas de extensão.
A programação de 2023.1:
– Que que é Educação Libertadora? – Professora Doutora Rosângela Pedralli | 30 março – 18h
– Que que é Pragmática? – Professor Doutor Daniel Nascimento e Silva | 20 abril – 18h
– Que que é Cartografia? – Professora Doutora Núbia Saraiva Ferreira |10 maio – 18h
– Que que é Queer| Cuir? – Professor Doutor Jair Zandoná | 23 maio – 9 h
– Que que é Letramento Racial? – Professor Doutor Kleber Aparecido da Silva | 30 junho – 18h
As inscrições estão abertas em: http://inscricoes.ufsc.br/quequee
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Cursos de Idioma | 2023.1
Estão abertas as inscrições para os cursos de idiomas do PET-Letras. São eles:
Japonês Nível 1
Ministrante: Thayse Reboledo Souza
Horário: 10h-11h30min, quintasInscrições: http://inscricoes.ufsc.br/japones
Espanhol Nível I
Ministrante: Susana Echeverria
Horário: 12h-13h30min, terçasInscrições: http://inscricoes.ufsc.br/espanhol1
Libras Nível I
Ministrante: Andreza Vitória Batista
Horário: 13h-14h30min, quartasInscrições: http://inscricoes.ufsc.br/libras2023
Libras Nível II
Ministrante: Gustavo Flores
Horário: 18h-19h30min, terçasInscrições: http://inscricoes.ufsc.br/libras2
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Grupos de Estudo | 2023.1
Estão abertas as inscrições para os Grupos de Estudo de 2023.1 do PET-Letras da UFSC. São eles:
Nome do Grupo: Pensamento de Paulo Freire e implicações para a Educação Linguística
Proponente: Profa. Dra. Rosângela Pedralli
Descrição do grupo e de seus objetivos: O intuito do grupo é discutir textos e pensamentos de Paulo Freire e quais são suas implicações para a educação linguística, visando o campo pedagógico e educacional.
Data de início: 23 de março de 2023
Data de término: 13 de julho de 2023
Horário: 17h às 19h30min
Encontros: 23/03, 06/04, 04/05,01/06, 13/07
Local: sala do NELA (quarto andar do CCE) e transmissão por web conf
Link para inscrição: http://inscricoes.ufsc.br/paulofreire2023
Nome do Grupo: Poesia e Psicanálise: uma caminhada pelos litorais da palavra
Proponentes: Waléria Nunes (UFSC/ Mestranda no PPGLit) e Mariana Vogt Michaelsen (UFSC/ Doutoranda no PPGLit)
Descrição do grupo e de seus objetivos: a proposta do grupo é pensar a relação entre a psicanálise e a literatura a partir de leituras de poetas contemporâneas, buscando compreender até que ponto o campo psicanalítico poderá iluminar nossas análises conjuntas.
Data de início: 20 de março de 2023
Data de término: 03 de julho de 2023
Encontros: segundas, das 18h40min às 20h40min
Local: sala do Núcleo Literatura e Memória (http://nulime.weebly.com/) – 5º andar CCE, sala 507
Link para inscrições: http://inscricoes.ufsc.br/poesiaepsicanalise
Nome do Grupo: Slam: políticas do espaço e do corpo periféricos
Proponentes: Prof. Dr. Atilio Butturi Junior e Dra. Nathalia Muller Camozzato
Descrição do grupo e de seus objetivos: Discutir textos teóricos que tenham o slam como uma prática de corpo-escrita-voz que se dá na intersecção de estratégias de resistência gendradas e que tem no corpo e na voz a materialidade fundamental e no acontecimento da “roda do slam”.
Data de início: 28 de março de 2023
Data de término: 27 de junho de 2023
Encontros: às terças, entre 16h e 17h30min, quinzenalmente e on-line
Link para inscrição: http://inscricoes.ufsc.br/pesquisaslam
Nome do Grupo: Felipa dos Santos: Grupo de Estudos Lesbocentrados
Proponente: Débora Klug
Descrição do grupo e de seus objetivos: O Grupo Felipa de Souza foi idealizado em 2021 através do PET – Letras (UFSC) na intenção de criar um espaço de apoio e acolhimento das mulheres lésbicas estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina e da comunidade externa. O projeto é lesbocentrado por entender o apagamento histórico e a constante perseguição de mulheres lésbicas na sociedade patriarcal, assim enfatiza em seu cronograma obras literárias e audiovisuais que tematizem a experiência e interseccionalidades lésbicas. O grupo é aberto para todas as mulheres que estejam interessadas em socializar e compartilhar sua vivência como parte dessa minoria social.
Felipa de Souza, a mulher que homenageamos com o nome do grupo, é um símbolo de resistência e autoafirmação lésbica, foi processada e condenada em 1591 pelo Tribunal do Santo Ofício Português por conta de práticas “nefandas” associadas a sua orientação sexual, sem nunca ter negado a lesbianidade.
Data de início: 24 de março de 2023
Data de término: 07 de julho de 2023
Encontros: sextas-feiras às 19h30min (encontros quinzenais)
Local: sala do CCE a definir
Link para inscrição: http://inscricoes.ufsc.br/felipa2023
Nome do grupo: Grupo de conversação em inglês
Proponentes: Caio Vinícius Silva
Data de início: 21 de março de 2023
Data de término: 16 de maio de 2023
Descrição do grupo e de seus objetivos: A ideia é reunir pessoas que preferencialmente já tenham estudado inglês para praticar conversação. Trarei um tema para guiar cada encontro (sem necessidade de permanecer no mesma tema durante a hora inteira). Os temas serão escolhidos sempre em um encontro antes (no primeiro encontro escolheremos o tema do segundo e assim sucessivamente). Assim, pretendo ajudar os participantes (e eu mesmo) a naturalizarem o inglês como segunda língua e ficarem preparados para situações em que o inglês é indispensável, como entrevistas e provas de proficiência.
Encontros: às terças-feiras, das 14h20min às 16h
Local: sala do CCE a definir
Inscrições: http://inscricoes.ufsc.br/conversacao
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Conhecendo os princípios e categorias da Ecopedagogia
Por Daniely Karolaine de la Vega e Emmanuele Amaral dos Santos
Bolsistas PET Letras
Letras Português
De acordo com Gadotti (2001, p. 81, grifo do autor), “[…] vivemos uma era de exterminismo”. Devido à produção industrial descontrolada, podemos destruir toda a vida do planeta Terra. Diante disso, as futuras gerações terão de realizar a árdua tarefa de obter soluções para esse problema. Esperamos que as providências sejam executadas antes que essa situação se torne irredutível. Por isso, precisamos ecologizar a economia, a pedagogia, a educação, a cultura, a ciência etc.
O desenvolvimento capitalista gera um grande potencial destrutivo que o coloca em uma posição negativa à natureza. O capitalismo ampliou a capacidade de destruição da humanidade e reduziu o bem-estar e a prosperidade desta. Entretanto, vivemos também na era da informação em tempo real, da globalização da economia, da realidade virtual, da quebra de fronteiras entre nações, da robótica e dos sistemas de produção automatizados.

Imagem 1:
Descrição da imagem: Em um fundo bege claro, aparece um planeta terra, em tons de verde, acima de uma mão rodada e com as unhas pintadas de verde. Estes são acompanhados de várias ilustrações em tons terrosos que fazem alusão à sustentabilidade, incluindo talheres de bambu, uma lâmpada e um ícone de material reciclável. Também é possível identificar duas nuvens no canto superior esquerdo e dois ramos de folhas que contornam o planeta Terra lateralmente.
O cenário está dado: globalização provocada pelo avanço da revolução tecnológica, caracterizada pela internacionalização da produção e pela expansão dos fluxos financeiros; regionalização caracterizada pela formação de blocos econômicos; fragmentação que divide globalizadores e globalizados, centro e periferia, os que morrem de fome e os que morrem pelo consumo excessivo de alimentos, rivalidades regionais, confrontos políticos, étnicos e confessionais, terrorismo (GADOTTI, 2001, p. 82, grifo do autor).
O contexto explicitado por Gadotti ainda se faz intrisicamente presente nas vivências contemporâneas, assim como a importância de refletir sobre a chamada educação do futuro. Podemos começar esse processo discutindo sobre algumas categorias que propõe a compreendê-la, como:
- Planetaridade: segundo Padilha et al. (2011, p. 239), esta categoria consiste em “tratar o planeta como um ser vivo e inteligente”. Está relacionada a optar por uma relação saudável e equilibrada com o contexto, consigo mesmo, com as outras pessoas e com os ambientes.
- Sustentabilidade: o tema da sustentabilidade surgiu na economia e na ecologia para se inserir definitivamente no campo da educação. Ele se fundamenta no lema “Uma educação sustentável para a sobrevivência do planeta”, difundido pelo Movimento pela Carta da Terra na Perspectiva da Educação e pela Ecopedagogia.
- Virtualidade: esta categoria consiste na discussão atual sobre a educação à distância e o uso de internet nas escolas. A informação deixou de ser compreendida como uma área ou especialidade para se transformar em uma dimensão de tudo, alterando a forma como a sociedade se organiza, inclusive o modo de produção.
- Globalização: o processo de globalização está realizando mudanças na política, economia, cultura, história… Portanto, também na educação. É uma categoria que deve ser observada sob vários prismas. O global e o local se fundem em uma nova realidade: o “glocal”. Para pensar a educação do futuro, precisamos refletir sobre o processo de globalização da economia, da cultura e das comunicações.
- Transdisciplinaridade: embora com significados distintos, algumas categorias, muito próximas da transdisciplinaridade, como transculturalidade, transversalidade, multiculturalidade e outras, também indicam uma nova tendência na educação, que é necessário analisar.
Essas categorias são essenciais para a compreensão das perspectivas atuais da educação, mas não bastam para entender a ecopedagogia como uma teoria da educação que impulsiona a aprendizagem do sentido das coisas a partir da vida cotidiana. Para isso, precisamos desenvolver outras categorias relacionadas ao âmbito da subjetividade, da cotidianidade e do mundo vivido; categorias que estruturam a vida cotidiana, levando em conta as práticas individuais e coletivas e as experiências pessoais.
Para compreender o que é ecopedagogia, devemos começar por determinar o que é pedagogia e o que é sustentabilidade. Nos livros de Francisco Gutiérrez e Daniel Prieto sobre a “mediação pedagógica”, eles definem pedagogia como um trabalho de incentivo da aprendizagem por meio de recursos necessários para o processo educativo no cotidiano das pessoas. Para os autores, a vida cotidiana é o espaço do sentido da pedagogia, pois a condição humana caminha irremediavelmente por ela. A mídia eletrônica não anula esse espaço, uma vez que “a revolução eletrônica cria um espaço acústico capaz de globalizar os acontecimentos cotidianos” (GUTIÉRREZ, 1996, p.12 apud GADOTTI, 2001, p. 85), tornando o local global, e o global, local. Isso é o que denominamos, nas Organizações Não Governamentais (ONGs), de “glocal”. O cotidiano e a história se fundem em um só. A cidadania ambiental local se torna também cidadania planetária.
Contudo, “não podemos falar em cidadania planetária excluindo a dimensão social do desenvolvimento sustentável” (GUTIÉRREZ, 1996, p. 13 apud GADOTTI, 2001, p. 85). Essa advertência de Francisco Gutiérrez é elucidativa, pois é necessário diferenciar um ecologismo elitista e idealista de um ecologismo crítico que coloca o ser humano no centro do bem-estar do planeta. Porém, “o bem-estar não pode ser só social, tem de ser também sócio-cósmico” (BOFF, 1996, p. 3 apud GADOTTI, 2001, p. 85). O planeta é minha casa, e a Terra, meu endereço. Como posso viver bem em uma casa mal arrumada, mal cheirosa, poluída e doente?
Para Francisco Gutiérrez, parece impossível construir um desenvolvimento sustentável sem uma educação para o desenvolvimento sustentável. Para ele, o desenvolvimento sustentável carece de quatro condições fundamentais:
- economicamente factível
- ecologicamente apropriado
- socialmente justo
- culturalmente eqüitativo, respeitoso e sem discriminação de gênero.
A ecopedagogia como prática educacional também é articulada e incentivada por diversas instituições internacionais, como é o caso da UNESCO. No documento “Educação para os objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Objetivos de Aprendizagem” publicado em 2017, por exemplo, a UNESCO descreve a organização da EDS (Educação para o desenvolvimento sustável)[inserir link], indicando objetivos, atividades e métodos a serem implementados por educadores, escolas e políticas públicas educacionais. Em consonância a agenda global para a educação até 2030, esse documento da UNESCO pensa a prática educacional ecopedagógica como um pilar essencial no processo de garantia dos diversos objetivos que compõem o desenvolvimento sustentável:
[…] que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e da não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural[…] (UNESCO, 2017, p.8)
Em âmbito nacional, podemos destacar o projeto (PECP) Programa educação para a cidadania planetária, desenvolvido entre os anos 2007 a 2011 em Osasco (SP) com intermédio do Instituto Paulo Freire. Esse programa concebe “[…] uma educação com visão de totalidade do conhecimento e dos saberes, superando a histórica fragmentação do conhecimento e considerando a sua complexidade.” (PADILHA, 2001, p.19), ou seja, o PECP evoca diversos conceitos essenciais para a ecopedagogia como a transdisciplinaridade e a planetaridade.
Outros conceitos relevantes para entender o programa são a cidadania planetária e a pedagogia da Terra. Ambos propõe a ideia de que a Terra é um organismo vivo ao qual somos interdependentemente ligados e que isso torna necessária a inserção de outros conceitos como ecologia, ética, estética e sociedade no contexto escolar. Além disso, essa proposta de civilização planetária compreende o ser humano dentro da esfera de complexidade e diversidade da natureza, assim como a importância da manutenção dos direitos sociais, políticos, culturais e econômicos para a fundamentação dessa proposta tal qual descrevem os princípios da ecopedagogia.
REFERÊNCIAS
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da terra: ecopedagogia e educação sustentável. In: TORRES, Carlos Alberto (comp.). Paulo Freire y la agenda de la educación latinoamericana en el siglo XXI. Buenos Aires: CLACSO, 2001. p. 81-132.
PADILHA, Paulo Roberto et al. (org.). Educação para a cidadania planetária: currículo intertransdisciplinar em Osasco. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2011.
UNESCO. Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a CulturA. Education for Sustainable Development Goals: learning objectives. Paris, 2017.
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EDITAL DE SELEÇÃO | BOLSISTA PARA INTERPRETAÇÃO DE LIBRAS
Estão abertas as inscrições para bolsistas de acessibilidade do PET-Letras. São 3 vagas, voltadas para a interpretação e tradução de Libras.

As inscrições estão abertas! O edital pode ser conferido AQUI.
Inscrições homologadas e horário das entrevistas – PRIMEIRA ETAPA (dia 8 de março, na sala do PET):
Elis Michels – 12h
Taynara Muller – 12h15min
Franciane Rodrigues – 12h30min
Andres Salas – 12h45min
Samanta Pacheco – 13h
DIA 13 de março
Bruno dos Santos Camargo – 12h
RESULTADO FINAL
1º Taynara Muller – aprovada e classificada
2º Bruno dos Santos Camargo – aprovado e classificado
3º Samanta Pacheco – aprovada e classificada
4º Andres Salas – aprovado e não classificado
5º Elis Micheks – aprovada e não classificada
6º Franciane Rodrigues – aprovada e não classificada
Taynara Muller, Bruno Camargo e Samanta Pacheco foram selecionados como intérpretes de devem enviar email para atilio.butturi@ufsc.br para ter informações dos trâmites de contratação.
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PET 2023| EDITAIS IDIOMAS (DOCENTE) E GRUPOS DE ESTUDO
O PET-Letras já está planejando 2023 e, para tanto, publica dois editais:
1. SELEÇÃO DE PROFESSOR(A) VOLUNTÁRIO(A) PARA 2023.1 – PRESENCIAL E/OU ON-LINE (clique aqui e acesse)
NOVO! HOMOMOGAÇÃO DAS INSCRIÇÕES E ENTREVISTAS | EDITAL 01/2023/PET | SELEÇÃO DE PROFESSOR(A) VOLUNTÁRIO(A) PARA 2023.1 – PRESENCIAL E ON-LINE
O PET-Letras torna públicos a homologação das inscrições e os horários da segunda etapa que será realizada no dia 8 de março de 2023 na sala do PET-Letras (sala 221, bloco A, CCE).
ESPANHOL Lisbeth Carolina Chirinos Márquez Espanhol/ 13h30min – Banca: Atilio, Nelly Andrea, Manoela e Angelo FRANCÊS
Fernanda Kich da Costa Francês/ 13h – Banca: Atilio, Laura Wichrowski, Manoela e Daniely PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS
Lilia Ricardo de Sousa Portugês para estrangeiros / 14h – Banca: Atilio, Nathalia Muller, Manoela e Angelo PROFESSORES(AS) JÁ ATUANTES NO PET-IDIOMAS
ESPANHOL
Susana Echeverria Espanhol / Conversa on-line (será agendada por e-mail) JAPONÊS
Thayse Cristina Reboledo Souza Japonês / Conversa on-line (será agendada por e-mail) LIBRAS
Andreza Vitória Bobsin Batista Libras / Conversa on-line (será agendada por e-mail) Gustavo da Silva Flores Libras / Conversa on-line (será agendada por e-mail)
OBS: Tentamos respeitar a disponibilidade de turno indicada na inscrição. Portanto, caso não possa comparecer, por favor, nos informe (pet.letras@contato.ufsc.br).
Florianópolis, 29 de fevereiro de 2023.
NOVO: RESULTADO DAS ENTREVISTAS
Fernanda Kich da Costa – Não compareceu Lilia Ricardo de Sousa – Não compareceu Lisbeth Carolina Chirinos Márquez – não aprovada Florianópolis, 08 de março de 2023.
2. SELEÇÃO DE PROPOSTAS DE GRUPOS DE INTERAÇÃO E ESTUDOS PARA 2023.1 PRESENCIAL E ON-LINE (clique aqui e acesse)
Resultado dos Grupos que acontecerão no primeiro semestre de 2023:
Nome do Grupo: Pensamento de Paulo Freire e implicações para a Educação Linguística
Proponente: Profa. Dra. Rosângela Pedralli
Nome do Grupo: Poesia e Psicanálise: uma caminhada pelos litorais da palavra
Proponentes: Waléria Nunes (UFSC/ Mestranda no PPGLit) e Mariana Vogt Michaelsen (UFSC/ Doutoranda no PPGLit)
Nome do Grupo: Slam: políticas do espaço e do corpo periféricos
Proponentes: Prof. Dr. Atilio Butturi Junior e Dra. Nathalia Muller Camozzato
Nome do grupo: Grupo de conversação em inglês
Proponentes: Caio Vinícius Silva
Nome do Grupo: Felipa dos Santos: Grupo de Estudos Lesbocentrados
Proponente: Débora Klug
A partir de terça-feira, dia 8, as inscrições para a participação serão abertas.
Leia o edital, mande sua proposta!
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“O Quarto de Jack”: um mundo limitado a um quarto
Por Daniely de la Vega
Letras Português
Bolsista – PET Letras
Indicado para Melhor Filme no Oscar do ano de 2016, O Quarto de Jack é uma adaptação do romance Quarto (2010), da irlandesa Emma Donoghue. O filme proporcionou indicações de Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado para Lenny Abrahamsson e Donoghue, respectivamente –, além da estatueta de Melhor Atriz para Brie Larson. Atualmente disponível para os assinantes dos serviços de streaming Star+ e Amazon Prime Video, a produção apresenta uma trama extremamente densa. O Quarto de Jack pode ser dividido em dois grandes momentos: o primeiro mostra o período de confinamento de uma mulher sequestrada quando adolescente com o filho gerado em uma relação não consensual com o sequestrador; e o segundo ocorre a partir da fuga arquitetada por ela.

Fonte: Google Imagens
Descrição da imagem: Joy segura Jack em seu colo. Joy é uma mulher branca de cabelo castanho vestida com um casaco cinza, e Jack é um menino branco vestido com uma touca cinza com formato de um animal e uma jaqueta de estampa quadriculada em tons de azul e verde. Eles olham um para o outro sorrindo. No fundo, há um céu azul e uma floresta com as dimensões de um cubo.
Joy (Brie Larson) e Jack (Jacob Tremblay) estão reféns em um pequeno quarto sem janelas e com isolamento acústico. Apesar das circunstâncias aterrorizantes vividas por ambos, Joy se empenha em tornar aquele ambiente agradável para o menino, que desconhece a existência de um universo além do quarto em que nasceu e cresceu até os 5 anos de idade. Joy cria um mundo que se limita ao quarto em que estão confinados, tendo cautela para que Jack não perceba que existe um mundo muito mais amplo fora daquele cômodo e, dessa forma, não sofra a frustração derivada do aprisionamento. O drama narrado por Jack mostra a rotina de ambos dentro do cativeiro, sendo o único contato com o mundo exterior as visitas do velho Nick – como mãe e filho chamam o sequestrador –, que leva comida, roupas e outras necessidades solicitadas.
Joy e Jack levam uma vida “normal” dentro de seu mundo limitado àquele quarto, com brincadeiras, sessões de alongamento, hora de contar histórias, dentre outras atividades, até que Joy elabora um plano para que o filho consiga fugir do cativeiro. Depois de conseguirem ser resgatados, eles precisam enfrentar a realidade do mundo real além do quarto. Desse modo, Joy e Jack entram em um processo de adaptação à nova realidade: enquanto Jack trabalha para superar dificuldades de comunicação social e conhecer o mundo do qual foi privado, Joy precisa lidar com seus pais e os traumas que adquiriu depois de ter sua vida interrompida aos 17 anos de idade.
A imersão que o filme produz é surreal, e não somos agraciados com muitos momentos de alívio. Quem se interessa por filmes densos que abordam aspectos psicológicos e filosóficos se apaixonará por O Quarto de Jack. O filme não é fácil de ser digerido, pois ele toca em assuntos extremamente sensíveis, como sequestro, cárcere privado e abuso sexual. A transformação de Joy e Jack é um labirinto de emoções, que arranca nosso fôlego e nos leva às lágrimas em incontáveis momentos.
Confira o trailer oficial:
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