Ajude as comunidades indígenas a sobreviverem à pandemia!

06/07/2020 19:37

Moara Zambonim,
Bolsista PET-Letras
Letras – Português

“Enterrar o corpo de um Yanomami é arrancá-lo do mundo dos humanos”.

É assim que a reportagem de Eliane Brum, publicada pelo El país Brasil, começa a nos explicar como uma das etnias indígenas mais afetadas pela pandemia de COVID-19 enxerga a morte.  O corpo Yanomami deve ser cremado e meses depois, terá suas cinzas diluídas em um mingau para “que se dissipe no corpo de todos”. A importância desse ritual está na compreensão de que todos compõem uma unidade e, ao se enterrar aquele que se foi, a unidade seria perdida para sempre.

Foi o que aconteceu com três bebês Yanomami, em maio. Infectados pela COVID-19 num hospital em Boa Vista, seus corpos desapareceram e possivelmente enterrados. As mães, desesperadas, buscam reaver seus filhos — e buscam também os culpados.

No 14° episódio do programa de jornalismo humorístico Greg News, o apresentador Gregório Duvivier descreve o descaso governamental que territórios e populações indígenas vêm sofrendo desde muito antes da propagação do vírus, por meio da falta de acesso à cidadania, aos serviços de saúde ou à proteção territorial. A crise de saúde pública atual, segundo o programa, tem sido aproveitada como mais uma ferramenta de fragilização e extermínio desses povos originários. Hoje, dia 06 de julho de 2020, são 11385 casos de COVID-19 confirmados, 426 indígenas mortos pela doença e 122 povos afetados. Os dados são do site “COVID-19 e os povos indígenas”, uma das poucas e mais completas plataformas que tem levantado os números de contaminação e mortes nas comunidades indígenas do país.

Henry Bugalho, filósofo e youtuber, também traz uma reflexão acerca do comportamento do presidente Bolsonaro em relação aos povos indígenas. Segundo o comunicador, Bolsonaro tem um projeto de aculturamento dessas populações, com o objetivo final de apropriação de terras. Em um dos seus vídeos, Bugalho apresenta depoimentos de indígenas sobre a destruição de suas etnias e o que eles esperam de um governo responsável – como uma política de demarcação efetiva de suas terras.

Fonte: Imagem da campanha*

Retomando o vídeo de Duvivier, é importante destacar que ele termina seu vídeo divulgando a campanha de doação “Amazônia contra a COVID-19”, que pretende arrecadar dinheiro para ajudar dez etnias indígenas, mais de 1200 famílias, a não morrerem de fome durante essa pandemia. O objetivo é comprar cestas básicas e produtos de higiene pessoal por seis meses e ajudar famílias indígenas que estão fora das aldeias. Inicialmente, a campanha tinha como meta garantir apoio para três meses, mas o projeto viralizou e muita gente está contribuindo.

Então ajude você também!

Apoie, doe e compartilhe!

* Fotodescrição – Na imagem, vemos a parte de cima de uma casa em primeiro plano e árvores ao redor compondo o cenário, em diversos tons de verde. Ao centro, lê-se em letras brancas estilizadas “AMAZÔNIA CONTRA A COVID-19”, nome da campanha. Ao lado esquerdo, há o desenho de dois ramos folhosos, também em branco, os quais formam um coração. Abaixo da escrita, há uma faixa horizontal branca formada por desenhos indígenas e, embaixo dela, lê-se em letras brancas “AJUDA HUMANITÁRIA AOS POVOS DA FLORESTA”. Ainda mais embaixo, centralizado e em cor branca, lemos “Doe agora e garanta que comunidades indígenas da Amazônia possam enfrentar a Covid-19 e a fome!”

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