A poesia italiana de Antonia Pozzi: uma dica de leitura

08/06/2020 18:33

Camila Vicentini Camargo,
Bolsista do PET-Letras
Letras – Italiano

Enquanto estamos em casa tentando enfrentar tudo da melhor maneira que conseguimos, nada melhor do que, quando possível, nos cercarmos de arte, música, filmes e… poesia. Pensando nisso, decidi apresentar um pouquinho do trabalho da poetisa italiana Antonia Pozzi.

Ouvi falar dela, pela primeira vez, no filme Me Chame Pelo Seu Nome, de Luca Guadagnino. Se trata de uma adaptação do livro homônimo publicado em 2007 pelo egípcio André Aciman. Em dado momento, uma personagem agradece ao amigo pela recomendação de leitura de um livro de poesias.

Lembro de ter anotado o nome para pesquisar mais tarde e devo dizer que foi a melhor coisa que fiz, porque, hoje, considero suas poesias as mais lindas de todos os tempos. São poesias de versos livres, sem compromisso com rimas ou estrutura regular — uma forma muito atraente, a meu ver, de se ler poesia.

Antonia Pozzi nasceu em 1912, em Milão. Suas poesias foram publicadas em quantidade limitada em 1939, pelos seus pais, cerca de um ano após seu suicídio. Em 1943, o livro foi reimpresso, em edição ampliada, devido à positiva receptividade. Apesar das obras ainda não disponíveis no português brasileiro, você pode encontrar aqui alguns textos traduzidos pela portuguesa Inês Dias.

Fonte: Montagem feita por Camila a partir de fotos retiradas da internet*

Tamanha é a força e a beleza das palavras de Antonia. Seu tom melancólico se alia ao frescor de uma natureza sempre presente e seu tom de enfrentamento se alia à vulnerabilidade da vida cotidiana. E por trás de cada texto, há um universo a ser — mais do que decifrado — sentido.

Eu simplesmente amo tudo o que essa mulher fez e espero que você goste também! Acredito que tirar um tempinho para ler coisas que nos fazem bem e para conhecer novas artes é fundamental nesse momento de tantos medos e incertezas.

Boa leitura!

*fotodescrição Sequência de três fotos em preto e branco montadas lado a lado na horizontal. Na foto da esquerda, vemos Antonia Pozzi de pé em uma grama alta, com as mãos nos bolsos da calça. Está sorrindo, com a testa levemente franzida pelo sol que bate em seu rosto. Antonia está vestindo uma calça branca e camisa branca de manga curta. Atrás dela, vemos um arbusto e, à direita da foto, parte desse arbusto faz sombra em sua perna esquerda. Na foto do meio, em primeiro plano, vemos Antonia sorrindo, com as pernas abertas sentada em uma pedra, segurando um pedaço de neve em sua mão direita. Está vestindo um coturno preto, meias listradas, uma calça larga de alfaiataria que vai até um pouco abaixo do joelho, um casaco também de alfaiataria e uma echarpe estampada nas pontas. Em segundo plano, há um espaço coberto pela neve, como uma suave colina. Ao fundo, há pinheiros. Na foto da direita, vemos Antonia em cima de uma bicicleta, num estreito caminho de areia. Atrás dela o caminho faz uma leve curva para a direita. Antonia segura nos guidões da bicicleta, enquanto apoia seu pé esquerdo no chão e esboça um leve sorriso. Antonia veste calça e sapatos pretos, camisa branca de manga curta e gravata preta. À direita da foto, um arbusto com flores parte do chão até a altura do rosto de Antonia. À esquerda da foto e atrás de Antonia, vemos outros arbustos com menos flores, do outro lado do caminho de areia. Ao fundo, vemos algo como um campo, e algumas árvores de tronco fino.

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