Como Você Anda Cultivando a sua Finitude?

04/06/2020 20:16

Juliana Maggio,
Bolsista do PET-Letras
Letras-Português

Seguimos com a constante impressão de que os dias passam em um piscar de olhos, que as semanas se encurtam entre uma reunião e a ida ao supermercado, que os meses e anos voam. Que será isso? Quantas coisas deixamos para depois, quantas tarefas optamos por pular ou, ainda, por fazer rápido, na intenção de aproveitar logo o descanso. Que descanso? Tempo de fato livre tem sido artefato de luxo em tempos contemporâneos.

Com o avanço da vida moderna e das tecnologias, os dias se reduzem a instantes valiosos, até mesmo monetariamente falando. Se hoje você fosse questionado sobre o que entende de tempo, como poderia conceituar o passado, o presente e o futuro? Estes são tempos do tempo, normalmente só nos permitimos pensar sobre o assunto quando se trata de verbos, mas e quando falamos do tempo? Segundo pensadores, vivemos em um constante instante que se reduz ao presente, isto é, o passado fica para trás cada vez mais que o instante-presente avança, já o futuro é tão longínquo e incerto, que não o conseguimos alcançar.

Nesta incessante busca por mais tempo, acabamos por vezes nos perdendo em coisas pequenas, que ao longo do tempo, percebemos que eram rasas. Essa noção de agitação, acaba causando uma sensação de ansiedade e, consequentemente, medo. Medo de perder tempo — medo até da solidão —; o que pode soar estranho em se tratando de uma era em que estamos conectados em tempo integral, uns aos outros, nas mídias digitais.

Foto da petiana Juliana assistindo Quanto Tempo o Tempo Tem, sentada no sofá marrom de costas para a câmera. Ela segura com as duas mãos o celular aberto no documentário da Netflix. Na tela, pode-se ver uma cena que mostra uma cidade em movimento e, no centro mais direita, lê-se os nomes dos produtores do documentário. Juliana está vestindo blusa de ombro a ombro rosa claro e uma calça preta, no colo tem uma almofada florida de fundo bege. A esquerda na foto, aparece seu cabelo castanho longo e liso e sua pele clara.

Mas afinal, quanto tempo o tempo tem? Esse é questionamento do documentário de mesmo nome, de Adriana L. Dutra e Walter Carvalho. Eles procuraram ao redor do mundo pessoas que pudessem responder a essa questão e, então, criaram esse documentário que aborda desde os pensamentos filosóficos às estatísticas sobre o funcionamento do tempo. O que tivemos foi um belo e rico material que não só se preocupou em falar sobre o tempo e seus anseios, mas também sobre conceitos como o de Transhumanismo, que significa melhorar o que a natureza fez. Isso porque somos parte da natureza, então a devemos melhorar e alterar através da tecnologia.

Imaginar um cenário em que vários computadores estarão infiltrados em nossos organismos já não é tão absurdo, visto que a medicina já se utiliza de algumas dessas tecnologias para melhorar a expectativa de vida das pessoas. E falando em expectativa de vida, esse é outro tema abordado no documentário, lá conseguimos perceber que a quarta idade já chegou para muitas nações (não devemos generalizar, pois os índices de desigualdade social só aumentam no mundo). Para muitos, os 80 anos são os novos 60.

Então, deixo aqui como sugestão para esses dias tão incertos, o documentário Quanto Tempo o Tempo Tem. E mais, o que você anda fazendo com o seu tempo? Como o administra? Como o concilia com o laser?; visto que a calmaria trás clareza, centralidade e reenergização. O que nos torna humanos é a finitude. Então a devemos aproveitá-la ao máximo, de preferência com qualidade.

“O tempo é precioso […]
viver com intensidade, isso que é a coisa mais preciosa que existe.
[…] dar valor a cada instante da existência, isso é que  vale”.
Monja Coen Sensei.

Fonte: Foto de Arquivo pessoal*

* fotodescrição: Foto da petiana Juliana assistindo Quanto Tempo o Tempo Tem, sentada no sofá marrom de costas para a câmera. Ela segura com as duas mãos o celular aberto no documentário da Netflix. Na tela, pode-se ver uma cena que mostra uma cidade em movimento e, no centro mais direita, lê-se os nomes dos produtores do documentário. Juliana está vestindo blusa de ombro a ombro rosa claro e uma calça preta, no colo tem uma almofada florida de fundo bege. A esquerda na foto, aparece seu cabelo castanho longo e liso e sua pele clara.

 

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