O xadrez como suporte ao desenvolvimento e ao conhecimento de si e do outro.

13/05/2020 17:09

Andréia Gomes,
Bolsista do PET-Letras
Letras – Português

O xadrez é um jogo antiquíssimo e muitas são as histórias contadas sobre a sua origem. Existem relatos de que o xadrez foi idealizado pelo rei Salomão que queria um jogo que não dependesse de sorte, e, sim, da capacidade de raciocínio do jogador; sua origem também é associada aos mandarins que eram contemporâneos a Confúcio e aos egípcios. No Brasil, tem-se notícia de que ele teria chegado no ano de 1808, trazido por Dom João VI, mas que só foi jogado pela primeira vez mais de setenta anos depois.

Um dos princípios deste jogo é tentar prever as jogadas dos adversários, empregando estratégias e fazendo movimentos para emboscadas. Apesar de ser um jogo relativamente fácil de aprender, ele exige muito raciocínio, assim como habilidades de concentração, de planejamento e de tomada de decisões. Nesse sentido, o jogador precisa imaginar jogadas que serão feitas à frente, ou seja, os jogadores precisam exercitar mentalmente a sequência de suas jogadas e das do adversário. Sem dúvida, é um jogo que exige muita prática e que tem como um de seus resultados o desenvolvimento de capacidades de raciocínio.

No contexto de ensino-aprendizagem, o jogo de xadrez  oferece muitos benefícios ao desenvolvimento cognitivo e emocional do aprendiz, jogadores de xadrez tem aguçados e aperfeiçoados sua capacidade de interpretação, sua memória, seu raciocínio lógico, suas habilidades para tomar decisões, sua capacidade de abstração, sua criatividade e sua capacidade de planejamento estratégico, entre outras habilidades, capacidades e, até mesmo, atitudes (aprender a lidar com regras e a respeitá-las, desenvolver a socialização etc.).

Um aspecto importante do xadrez é o desenvolvimento do autoconhecimento. Isso mesmo. Você se conhece e reconhece por meio do xadrez. E se ver no xadrez é se perceber na vida. Como assim? Quando você é ameaçado no jogo, por exemplo, suas opções são contra atacar, recuar e/ou se defender. Portanto, o modo como você responderá a um ataque diz muito sobre como você é. Suas ações e reações no xadrez dizem muito de suas atitudes na vida, demonstram como você lida com os desafios de seu dia a dia. Nesse sentido, é possível conhecer também o seu adversário.

Outra questão, bem polêmica, são as cores das peças do xadrez e o porquê as peças brancas possuem vantagem e, por sua vez, iniciam o jogo. Uma curiosidade sobre isso é que, inicialmente, as peças eram vermelhas e pretas, pois, como eram feitas de madeira, esses tons eram mais fáceis de conseguir. Entretanto, mesmo assim, as peças eram chamadas de brancas e pretas.

Enfim, essas reflexões que apresentamos acima podem ser aplicadas à vida e ao processo de ensino aprendizagem. O xadrez diz muito da história da humanidade. Ele é, sem dúvida, uma ótima ferramenta para você que é professor(a), podendo apoiar o seu trabalho e também os seus alunos no desenvolvimento de diversas capacidades, habilidades e atitudes importantes para a vida. Que tal jogar um pouco de xadrez e levar esse jogo para o cotidiano dos ambientes de ensino-aprendizagem?

Ah, em breve, o PET-Letras estará desenvolvendo um projeto de ensino de xadrez! Fique atento e venha jogar com a gente!

Fonte: Arquivo pessoal (Petiana Andréia jogando xadrez)*

*Foto descrição: Foto estilizada em efeito cartoon mostrando a petiana Andréia sentada à mesa de frente e do busto pra cima. À sua frente há um xadrez sobre a mesa branca. Ela está com as peças pretas e fará sua primeira jogada. Olhando para baixo, ela com a mão esquerda faz a abertura do peão do rei (jogada em que as peças brancas iniciam com E4 e, em seguida, as pretas com E5). Andréia tem cabelos longos, pretos e crespos cacheados jogados para frente e passando os ombros, tem pele parda e usa óculos redondos. Veste uma camisa branca e um moletom rosa.

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