As consequências das tecnologias nas interações humanas vistas em Black Mirror

23/10/2023 18:05

Por Ingryd Giovanna Lima Pereira

Letras-Inglês

Bolsista PET-Letras

 

A série antológica Black Mirror, criada por Charlie Brooker e disponível na Netflix, é conhecida por suas reflexões distópicas, que exploram as consequências da interação da sociedade com as mídias sociais e as inovações tecnológicas. Em um mundo cada vez mais imerso na tecnologia, a série se destaca por seu olhar crítico sobre nossa relação com os avanços tecnológicos. Ao examinar as histórias de cada episódio, percebemos  o quanto nossa realidade se assemelha à série e somos instigados a refletir sobre as complexidades morais e sociais que as atuais e potenciais futuras tecnologias podem acarretar. Eis alguns momentos.

Descrição da imagem: imagem representando uma tela de aparelho eletrônico trincada escrito em caixa alta: Black Mirror.

O primeiro episódio da primeira temporada,“The National Anthem”, nos mostra um ministro que enfrenta um dilema angustiante para salvar a vida de uma pessoa sequestrada, ele é forçado a realizar um ato grotesco transmitido ao vivo para toda a nação. Esse episódio destaca a manipulação da mídia e o sensacionalismo que envolve a situação, mostrando como a busca desenfreada por aprovação pode levar a decisões extremas. A crítica se concentra na rapidez com que as notícias se espalham e em como a pressão da audiência pode influenciar a política e a moralidade, destacando a vulnerabilidade das lideranças diante da influência da mídia e do público.

Descrição da imagem: Ilustração com fundo preto, na frente aparece um porco, na parte superior o nome da série: Black Mirror e na parte inferior o nome do episódio: The National Anthem.

No segundo episódio da segunda temporada, intitulado “White Bear’’, acompanhamos uma mulher que acorda sem memória em um parque de diversões assustador, sem entendermos por que ela está lá, e o que ela fez. Acompanhamos sua perseguição agonizante por pessoas que gravam seu desespero e sofrimento com seus celulares. Com uma reviravolta impactante, o episódio explora a questão do sofrimento como entretenimento e a exploração da tragédia alheia para gerar audiência, discutindo as implicações morais da indiferença diante desse sofrimento humano e o uso da tecnologia como ferramenta para saciar a sede de vingança das pessoas.

Descrição da imagem: em uma ilustração com fundo azul aparecem três braços também na cor azul, cada um segurando um celular branco na mão. Em cor branca está escrito o texto: “Black mirror created by Charlie Brooker” e também o nome e numeração do episódio: “White Bear s02. ep02”.

 

No primeiro episódio da terceira temporada, “NoseDive” , a narrativa explora uma sociedade em que as pessoas constantemente avaliam umas às outras em redes sociais com base em cada pequena ação do dia a dia. Essas avaliações atribuem uma classificação às pessoas, determinando sua importância e relevância na sociedade. A trama gira em torno de uma mulher obcecada em aumentar sua classificação social. Ao acompanharmos os esforços da protagonista em se encaixar nos padrões dessa sociedade, percebemos então a  superficialidade desse sistema de avaliação social que moldou as relações humanas sem considerar suas profundas complexidades.

Descrição da imagem: Uma arte com o fundo preto na parte superior aparece escrito o nome do série: Black Mirror e a numeração do episódio S03e01; e na parte inferior uma cor rosa. As cores do fundo dão forma a um precipício cujas lacunas escrevem o nome do episódio: Nosedive. Há uma mulher andando em direção à ponta do precipício segurando um celular em sua mão. Do lado da sua cabeça aparece nota de avaliação atribuída a ela 4.2

 

Atualmente, a série já tem seis temporadas. Black Mirror nos convida a avaliar como nossas escolhas em relação ao uso da tecnologia moldam nossa realidade e nos incentiva a adotar uma abordagem mais consciente e ética em relação a esses avanços.

 

 

 

 

 

 

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