Que tal um livro antirracista para esta quarentena?
Moara Zambonim,
Bolsista PET-Letras
Letras – Português
Enquanto ondas de protestos antirracistas se espalham ao redor do mundo em decorrência do assassinato de George Floyd — homem negro norte-americano morto pela polícia no dia 25 de abril de 2020 — muito tem se falado da necessidade de engajamento de pessoas não-negras nos debates raciais.
Uma vasta lista de autoras, vinculadas principalmente ao feminismo negro, tem se popularizado nos últimos anos no Brasil. O movimento é embalado por obras de linguagem acessível e dinâmica, com visões acadêmicas e literárias usadas para discutir fenômenos complexos como o racismo e o sexismo.
Dentre essas autoras, destaco o trabalho da intelectual afro-americana bell hooks. A autora escolhe esse pseudônimo em homenagem à sua bisavó, Blair Bell Hooks e ainda afirma escrevê-lo em letras minúsculas numa tentativa de dar mais foco às suas ideias do que à pessoa por trás delas. Em especial, o seu livro “O Feminismo é Para Todo Mundo”, publicado em 2000.
Fonte: Arquivo Pessoal*
Ao falar sobre a necessidade de lutarmos pelo fim da violência, por exemplo, a escritora pontua que mulheres e homens “nesta sociedade, aceitam e perpetuam a ideia de que é aceitável que uma parte ou grupo dominante mantenha seu poder sobre o dominado por meio de força coercitiva” (HOOKS, 2019. p. 98).
Para todos aqueles que se interessam pelos movimentos das últimas semanas — não os entendem bem, estão intrigados ou têm curiosidade —, a leitura de bell hooks pode ser um bom começo!
* Fotodescrição: Sobre um tapete branco, estão dispostos uma xícara branquinha com café, ao lado de um pé de moleque e o livro da bell hooks “O feminismo é para todo mundo”. Abaixo do título, lê-se “políticas arrebatadoras.” A capa é laranja escura e traz uma foto da autora, com seu rosto cortado pela metade, na vertical. Da xícara, saem rabiscos beges, imitando a fumaça do café.
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